segunda-feira, 25 de junho de 2012

Quem se propõe a participar de estudos clínicos contribui para a evolução de tratamentos



A solidariedade científica tem baixa adesão, segundo o médico e pesquisador Flávio Fuchs, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Ao lado de Sandra Fuchs, ele coordena o estudo Prever, que envolve 24 centros de todo o país em testes com medicamentos para o tratamento da hipertensão. Reunir diversas unidades em torno de uma mesma pesquisa, aliás, é uma das estratégias usadas pelos cientistas para atingir amostras maiores. Recentemente, um artigo publicado no Jornal da Associação Médica Americana questionou a capacidade de testes clínicos realizados nos Estados Unidos fornecerem recomendações médicas confiáveis, visto que mais da metade deles envolveram menos de 100 pacientes e apenas 4% tinham mais de 1.000 voluntários.

— Participar de uma pesquisa demanda disponibilidade de tempo, a pessoa precisa se comprometer com cada etapa e também aceitar os riscos que toda pesquisa tem — comenta Fuchs.

Por conta disso, grande parte dos que se inscrevem para colaborar são, na verdade, os maiores interessados em novos tratamentos para a doença em questão. Nesses casos, os voluntários conseguem perceber uma forma de recompensa.

— Seja por qualquer motivo, voluntariedade absoluta ou algum interesse secundário, quem participa de um estudo como esse está oferecendo uma contribuição humana muito importante para a ciência — reforça Fuchs.

Respaldo científico

O coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Rodolfo Schneider, esclarece que o sujeito de pesquisa tem direitos e deveres. Todos eles estão registrados no termo de consentimento livre e esclarecido. O documento, assinado pelo voluntário quando ingressa no estudo, apresenta os objetivos da pesquisa, os procedimentos a serem realizados (exames, frequência de consultas, etc), os principais riscos, os contatos da equipe clínica e do comitê de ética do centro de pesquisa.

— O termo deve ser redigido em forma de convite, numa linguagem clara, sem termos técnicos, para garantir o entendimento — destaca Schneider.

De acordo com o médico, o candidato pode ficar tranquilo quanto à segurança de sua participação na pesquisa, pois ela já passou por todas as etapas necessárias até o recrutamento de voluntários.

Indícios revelados por pesquisas clínicas inspiram consensos médicos e até mesmo políticas públicas de saúde. É a chamada medicina baseada em evidências, que consiste em oferecer ao médico subsídios para auxiliar na tomada de decisão em tratamentos de saúde. O acesso a esse tipo de informação é cada vez mais valorizado no dia a dia da medicina, tanto que o governo federal criou um banco de dados para disponibilizar conteúdo científico a profissionais da saúde.

O voluntário deve


:: Seguir rigorosamente as recomendações.

:: Participar de apenas um estudo clínico por vez.

:: Comparecer em todas as visitas antes, durante e após o estudo.

O centro de pesquisa deve

:: Sanar todas as dúvidas do voluntário sobre o estudo.

:: Garantir assistência 24 horas para atender possíveis intercorrências clínicas durante e após o estudo, conforme previsto no termo de consentimento.

Fonte: (http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/bem-estar/noticia/2012/06/quem-se-propoe-a-participar-de-estudos-clinicos-contribui-para-a-evolucao-de-tratamentos-3798984.html)

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