Estar “apaixonado” e “amar” são duas coisas diferentes. O próprio verbo já diz: você SE apaixona e você ama alguém.
Quando uma pessoa apaixona-se por outra, dá início a um processo natural e humano, conhecido na psicologia como projeção. Pesquisadores do assunto dizem que a paixão pode durar de 18 a 30 meses.
Quando estamos apaixonados, deixamos de ver os defeitos do outro, os quais ficam escondidos por trás de idealizações que mais tarde serão substituídos pela realidade.
Sem saber realmente quem é o outro, criamos um mundo de fantasias e ideais, vivido deliciosamente durante o início dos relacionamentos.
Tal como Psique que SE apaixona por Eros, sem conhecê-lo, entramos nos relacionamentos cegos. Mas, mais cedo ou mais tarde, tomamos ciência de quem o outro é. Suas qualidades e defeitos, suas potencialidades e limitações. Isso não é necessariamente algo ruim, muito pelo contrário. É a partir desde momento que se abrem as possibilidades de vivenciar o amor.
O amor tem a ver com aceitação. Eu olho o outro e o aceito como ele é. O que vejo pode agradar-me ou não, mas é o que vai fazer com que eu opte por estar com uma determinada pessoa, não por que ela corresponde a todas as minhas expectativas, mas por que eu escolhi compartilhar a vida ao lado dela.
Isso não exclui completamente a paixão. O ser humano continua a projetar, sempre. Por isso dizemos que a paixão é um tempero. Um tempero que como qualquer outro, deve ser usado com sabedoria para não estragar a receita.
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